domingo, 26 de março de 2006

O nove!


Sempre quando me deito para dormir fico um tempo meditando sobre meu dia em decúbito dorsal! De barriga pra cima! Com as mãos cruzadas sobre o peito sentindo meu coração bater. Depois de avaliar as besteiras do dia e as alegrias vividas e, ter rezado um pouco agradecendo por tudo, viro-me para o lado esquerdo... E durmo!

[...]

Nove dias desde minha última postagem... O Nove! Um número que me remete a mudanças (é um lance meio numerológico que não sei explicar direito. Afinal, tenho um conhecimento Superinteressante - um pouco de tudo e nada direito! risos... Mas para você curioso ou metido que quer saber tudo leia o livro "Vida e Mistério dos Números". Uma grande leitura!).

Voltando! O nove me remete a mudanças! E a palavra mudança me remete ao seu conceito oriental segundo a sabedoria do I Ching. Mutação! (abrindo um breve comentário aqui... Segundo Marilena Chauí, filósofa brasileira que vim a conhecer há alguns anos em meu trabalho de graduação, não existe uma filosofia oriental e sim uma sabedoria oriental. O conceito de filosofia é extremamente ocidental e muito posterior a todos os escritos na China. Sendo assim falo de uma sabedoria oriental).

Mutação...

Muita coisa se passou e anda se passando com o Alessandro nesse último mês... Tudo mudou (e na verdade tudo continua do mesmo modo!). A realidade muda, as pessoas passam, ficam ou vão embora de minha vida de diferentes maneiras. Na verdade nada passa (vide Stella Florence!). Apenas aprendemos a lidar com o que ficou. Coisas boas e coisas ruins também. Isso mesmo! Coisas ruins também ficam! Ou você achou que a vida era fácil? risos...



:::Música do dia:::

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão
Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico
Mesmo diferente
Quando falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
E uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nenhum troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas sim

Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

"Pato Fu Perdendo dentes"



Todas essas mudanças que tenho vivido nesse curto espaço de tempo são nítidas e estão estampadas em minha cara! Aprendi alguma coisa sim ou muita coisa. Algumas doem (e muito!), mas a lição assim é mais bem aprendida. Mas o Alessandro não mudou! Eu não mudei (ao contrário do que muitos pensam...). O que mudou foi minha visão diante de algumas peças da vida. Sim, a vida nos prega peças. Vejo e me comporto de maneira diferente diante de algumas. Resultado de uma vida toda em 5 meses! Avaliação de outubro a março!

Porém, minha essência permanece a mesma! Com mais conteúdo! Com mais histórias pra contar! Com mais vida a compartilhar! E essa vem a ser a mutação I Chinguiana! As nuvens passam e mudam de lugar mas continuam sendo nuvens. Mudam de forma e de posição ao sabor do vento! Mas, ainda assim, são nuvens!

E eu, assim como você, sou uma nuvem mudando de posição e de forma. Mas, mesmo assim, continuo sendo uma nuvem. Continuo sendo o Alessandro!

[...]

Noite passada quando me deitei cumpri quase todo o ritual pra dormir... Eu me deitei em decúbito dorsal (vide acima!), pensei, rezei... Mas me virei para o lado direito como se isso fosse a coisa mais comum e natural do mundo! Alguma coisa mudou!

Mas continuo sendo o Alessandro...
Continuo sendo o Alessandro.

sexta-feira, 17 de março de 2006

Das cinzas uma nova vida!



Das cinzas surge uma nova vida!
Um ciclo termina e outro inicia-se!
Que venham os amores e as dores!
Qualquer coisa taco fogo em tudo e começo de novo! Da capo!

quinta-feira, 16 de março de 2006

O sol já nasceu mas acho que vai chover...


Aviso aos navegantes: não se acostumem com duas postagens no mesmo dia! Isso provavelmente será um fato raro! Mas aproveitem bem! Cada linha, cada palavra, cada letra, pois tudo tem sua importância. Pelo menos para aquele que vos "fala" - eu.

O sol já nasceu e o dia se renovou! Meus pensamentos se tornaram claros. E depois de levantar com a pilha as 5:10h volto de novo pra cá pra compartilhar com você uma grande constatação.
Descobri o Ponto de Mutação! Onde tudo começou a dar errado. Descobri o começo do fim! Foi mais ou menos assim...
Quando eu queria e queria que você também quisesse você me pareceu que não queria tanto assim ou não sabia o que queria ou queria querendo outras coisas não percebidas ou entendidas por mim. Entendi (agora) que eu não entendia você. E desisti de entender (depois de várias investidas o desafio quando não cede torna-se massante e entediante, chato mesmo). Não querendo entender mais, eu também não quis. Neste momento você quis (um milagre! Tenho minhas dúvidas com relação a esse querer repentino depois de conversarmos exatamante sobre isso). Mas desistindo de te entender eu não quis mais e não pude te satisfazer e cuidar de ti. E seguimos o protocolo. Você tem razão...! Seguimos o protocolo. Ambos seguiram o protolo. Até o fim do fim chegar.
Sendo assim peço desculpas a você pelos problemas causados... Não foi minha intenção te magoar nem te fazer triste. Sinto muito por isso e minha tristeza basea-se na sua. Perdoe-me...

Oh no, I see
The spider web is tangled up with me
And I lost my head
And thought of all the stupid things I´d said
Oh no, what´s this?
A spider web and I´m caught in the middle
So I turn to run
And thought of all the stupid things I´d done
And I never meant to cause you trouble
I never meant to do you wrong
And ah, well if I ever caused you trouble
Oh no, I never meant to do you harm
Oh no, I see
The spider web and it´s me in the middle
So I twist and turn
But here am I in my little bubble
Singing out
I never meant to cause you trouble
I never meant to do you wrong
And ah, well if I ever caused you trouble
Oh no, I never meant to do you harm
They spun a web for me
Oh não, eu estou vendo
Uma teia de aranha está emaranhada comigo
E eu perdi a cabeça
E a lembrança de todas as coisas estúpidas que eu disse
Oh não, o que é isso?
Uma teia de aranha e eu estou preso nela
Então comecei a correr
E a lembrança de todas as coisas estúpidas que eu fiz
Eu não pretendia lhe causar problemas
Eu não pretendia magoá-lo
E se eu alguma vez lhe causei problemas
Oh não, eu não pretendia magoá-lo
Oh não, eu estou vendo
Uma teia de aranha e estou no meio dela
Então, eu me viro
Aqui estou eu em minha pequena bolha
CANTANDO!
Eu não queria lhe causar problemas
Eu não pretendia magoá-lo
E se eu alguma vez lhe causei problemas
Apesar de nunca ter tido a intenção de magoá-lo
Eles teceram uma teia para mim
"Trouble Cold Play"

Sinto muito também...
Mas fecho aqui com a ajuda da Stella...
São coisas da vida...

O sol ainda não nasceu...


O Sol ainda não nasceu... Mas levanto já desperto por meus pensamentos e minha dor. Dói tudo por dentro. As entranhas, minha alma. Tá doendo sim. Mas o sol já vai nascer e tudo vai ficar bem. Sei que vai.

Só sei que sinto muito. Sinto muito por tudo. Sinto muito tudo... Sinto muito...

Não sei expressar o que estou sentindo. Não entendo muito bem. Um pouco de culpa talvez. Sendo assim (achando um pouco desnecessário esse discurso...) faço minhas as palavras de outras pessoas. Assim penso menos e caminho mais rápido!



Come up to meet ya, tell you I´m sorry
You don´t know how lovely you are
I had to find you, tell you I need ya
And tell you I set you apart
Tell me your secrets, and nurse me your questions
Oh lets go back to the start
Running in circles, coming in tails
Heads on a science apart
Nobody said it was easy
It´s such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start
I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
And tell me you love me, come back and haunt me
Oh and I rush to the start
Running in circles, chasing tails
Coming back as we are
Nobody said it was easy
Oh it´s such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I´m going back to the start
Ooooohhhhhhh


Vim pra lhe encontrar, dizer que sinto muito
Você não sabe o quão amável você é
Tive que lhe achar, dizer que preciso de você
Dizer que lhe deixei de lado
Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas
Oh, vamos voltar pro começo
Correndo em círculos, olhando pra si mesmo
Mentes numa ciência distante
Ninguém disse que era fácil
É tão vergonhoso pra nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh, me leve de volta pro começo...
Eu só estava pensando em números e figuras
Rejeitando seus quebra-cabeças
Questões da ciência, ciência e progresso
Não falam tão alto quanto o meu coração
Diga-me que me ama, volte e me assombre
Oh, e eu corro pro começo
Correndo em círculos, perseguindo nossas caudas
Voltemos como éramos
Ninguém disse que era fácil
É tão vergonhoso pra nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh, estou voltando pro começo...
"The Scientist Cold Play"



Estou voltando pro começo. Mas é difícil... [...]
Acordei hoje com um sonho estranho. Estava correndo e participando de uma prova com uma grande amiga triatleta. E eu a estava ajudando a passar pelas dificuldades, pelos obstáculos.
É bom saber que posso estender a mão as pessoas que amo sempre que necessário. Apesar de tudo. Bom saber disso...

E o sol já está nascendo... Meio nublado claro...

quarta-feira, 15 de março de 2006

Eu tou tentando...


Ando pensando em algumas coisas que ainda estão amadurecendo. Mas como a sincronicidade de Jung me "colocou" diante disso aí vai a música do dia!

Eu tou tentando largar o cigarro

Eu tou tentando remar meu barco
Eu tou tentando armar um barraco
Eu tou tentando não cair no buraco
Eu tou tentando tirar o atraso
Eu tou tentando te dar um abraço
Eu tou treinando pra driblar o fracasso
Eu tou brigando pra enfrentar o cagaço

Eu tou tentando ser brasileiro
Eu tou tentando saber o que é isso
Eu tou tentando ficar com Deus
Eu tou tentando que Ele fique comigo
Eu tou fincando meus pés no chão
Eu tou tentando ganhar um milhão
Eu tou tentando ter mais culhão
Eu tou treinando pra ser campeão

EU TOU TENTANDO SER FELIZ!
Eu tou tentando te fazer feliz

Eu tou tentando entrar em forma
Eu tou tentando enganar a morte
Eu tou tentando ser atuante
Eu tou tentando ser bom amante
Eu tou tentando criar meu filho
Eu tou tentando fazer meu filme
Eu tou chutando pra marcar um gol
Eu tou vivendo de rock n´roll

EU TOU TENTANDO SER FELIZ!
Eu tou tentando te fazer feliz

"Eu tou tentando Kid Abelha"



Eu tou tentando mesmo...

segunda-feira, 13 de março de 2006

O castelo e eu...

Medo...

A Caixa de Pandora foi aberta... Foi arrancado da segurança terrena e lançado ao vento. Sem base, perdeu-se. Procurou ajuda e encontrou refúgios. Mas viveu durante muito tempo como um balão preso a uma corda frágil e insegura... O rastilho de pólvora havia sido aceso e já não era mais possível detê-lo. Não sozinho.

Medo...

O sentimento tão conhecido e desconhecido nesta magnitude tomou conta de sua mente. Seus momentos foram povoados por... medo... nada além de medo... Não o medo protetor e que alerta de um perigo real e iminente. Mas um medo sem nome, um medo só sentido. Angústia? Não sei. Medo mesmo. Medo de não pertencer mais a si. De não ser mais quem se desejava ser. Não ser mais quem se sabia ser. Medo da dominação. Medo do desaparecimento estando aparecido. Medo de perder-se para sempre dentro do medo.

Com o tempo, a inteligência e a sagacidade e o único sentimento restante na caixa aberta começaram a trazê-lo de volta a terra. A segurança da mãe terra. O ar é perigoso e ventos traiçoeiros assolavam a região. E um balão desatado ao sabor do vento não escolhe direção, nem porto, nem nada. Apenas é. Apenas vaga. Apenas existe. Uma existência serena num ponto de vista objetivo e sem sentimento nem relação afetiva para com ele. Ou uma existência perturbadora onde o vagar sem direção passa a ser a angústia mais profunda sentida. Mas ainda persisto e classifico como medo...

Esperança...

Existe ainda a frágil esperança... O balão desce. Começa a esvaziar-se e recolhe-se para uma não tão próxima viagem. A esperança reside na diversidade. Multiplica-se. Rodeia-se de (falsa?) segurança. Mas no momento (quanto dura um momento?) lhe serve perfeitamente. E as escolhas não são muitas se é que se tem escolha(s). Constrói um castelo com blocos de madeira. Bloco a bloco protege-se do desconhecido ou do não tão conhecido. Um fosso rodeia todas as paredes e uma ponte elevadiça parece há tempos não usada. Dragões o protegem contra a invasão do desconhecido. O medo não pode jamais retornar... Deve ser mantido ao longe. Um emissário do antigo Egito também o protege. Outros objetos e crenças entram nessa ciranda que visa o equilíbrio. Surge um escudo para o mundo, permeável a poucas coisas, a poucas pessoas. Mas não totalmente intransponível... No centro do castelo medita, reza, ora, entoa mantras que controlam tudo ao seu redor e afastam o medo... Mas o medo se foi... Foi recolhido para um lugar não conhecido ou que não deseja-se conhecer.

A segurança paira no ar e amarra-se a terra.

Aproximo-me intrigado do castelo tão rodeado de símbolos, crenças, mitos, lendas... Fico fascinado. Atraído. Meus olhos brilham cada vez mais desejando conhecer um lugar diferente. Outras paragens. Tudo parece-me encantador... Tudo parece-me incrível. Apaixonei-me por uma ilusão, por uma fantasia. Maravilhosa fantasia. A ponte elevadiça desce surda para minha entrada. Atravesso o escudo protetor. Talvez por conhecer sua verdaderia essência e compartilhar dela numa outra amplitude, num outro plano. Os dragões me olham com aprovação. O emissário não presta muita confiança mas também não faz objeção. Entro. No centro o encontro envolvido somente por seus blocos de madeira imaginando o por vir. Trocamos olhares, por um instante compartilhamos sonhos, desejos, uma vida. Uma vida num instante (quanto dura um instante?).

Mas percebo que um bloco está um pouco fora do lugar. Tento ajudar a colocá-lo na posição que me parece correta. O castelo todo treme... Fico com medo... Medo não. Receio é mais apropriado. Angustio-me. Crio meu próprio escudo que me protege dentro de algo maior e insondável. Posso me proteger sozinho. Uma esfera de luz me rodeia enquanto vejo com outros olhos e avalio melhor o ambiente. Minha áura de proteção fere. Fere os olhos de dentro. Incomoda. Mas ainda assim é permitida minha presença. Vejo outro bloco desalinhado. O movo novamente ainda desavisado. O castelo volta a tremer. Os dragões alçam vôo buscando identificar o agressor. O emissário porém, torna-se meu amigo e compartilho com ele momentos de graça. Não entendo o que acontece. E a resposta que responde todos meus "por quês" é tristeza. Paraliza-se com a tristeza. O medo está longe. Mas a tristeza toma conta do presente, resgata o passado e destrói o futuro. Isso faz com que meu escudo protetor se intensifique ainda mais. A angústia alimenta minha proteção. Proteção de um lugar que não sei se quero mais estar.

Solta a minha mão e me oferece as costas. Não por displicência ou por falta de consideração. Apenas por não suportar o por vir. Por não perceber que existe beleza no por vir. Que existe um por vir. A crença num futuro desaparece. Já não posso acreditar sozinho. Vago em direção a saída. A ponte elevadiça desce surda novamente. Mas já não me encanto mais com isso. Não me fascino mais... Sinto um alívio por partir mas uma dor muito grande em deixar tudo para trás. Perdi. Perdi um futuro. Perdi o presente. Perdi momentos. E como não consigo mensurar esse espaço-tempo não sei a dimensão da perda. Melhor assim. Saio e parto em outra direção. Mas levo comigo a lembrança de algo importante e vivo dentro de mim. E isso me faz bem.

Agora o escudo começa a se recolher enquanto me afasto. Já não é tão necessário. Continuo caminhando. Caminho e caminho até encontrar outro ponto, outra paragem ou outro caminhante que possa me acompanhar durante um tempo e compartilharmos momentos, instantes, uma vida. Nem que seja uma vida num segundo.

Mas alguns blocos do castelo ainda continuam frágeis...
Aviso aos desavidados: Cuidado.

domingo, 12 de março de 2006

O sol, o mar e eu...

Estava com vontade de entrar no mar. A água me parecia muito convidativa. Mar calmo com ondas ao longe. Tirei a roupa e mergulhei de cabeça não querendo esperar me acostumar com a água aos poucos. Mas não foi necessário. A água estava morna, agradável. O sol brilhava e banhava tudo com sua luz cálida. Aquecia tudo ao redor. Acariciava meu rosto enquanto me permitia perder-se na imensidão azul... Foram momentos eternos, cada instante registrado e guardado para sempre. Mesmo que o consciente de memória muito falha insista em esquecer, em algum lugar esses momentos ficaram, marcaram. Tudo parecia perfeito. Um dia perfeito. Como tantos outros que viriam e virão.

Mas o dia passa e tudo muda. Ou quase nada muda. Difícil de perceber. A água já não está mais morna. O sol insiste em se esconder atrás de algumas nuvens. As ondas se aproximam da costa. O mar se agita em rebelia. Algo está errado. Não sondo o perigo. Ele é amigo também. O dia passa e o tudo-nada se altera. A realidade ou a impressão que tenho dela se desfaz. Não fico sem chão pois estou imerso na água. Balanço no mar procurando entender o que se passa. Pergunto o que acontece. Mas ninguém responde. O mar se cala. O sol se cala. Outros personagens aparecem e me olham com medo, confusos... Estranhos que classificam-me como estranho também. Não sou bem vindo ali. Não pertenço mais a esse lugar. Pouca coisa mudou. Mas tudo parece tão diferente.

A água está fria. O vento sopra forte. As ondas me agitam de lá pra cá. Mas ainda insisto em entender o que ocorre ao meu redor. Deixo-me submergir procurando uma resposta. Mas ouço menos ainda perdido dentro da imensidão do mar. O céu se fecha. O sol se esconde em pesarosas nuvens. Começa a chover enquanto balanço debaixo da água pra lá e pra cá. O ar acaba. Volto a tona pra respirar. A chuva torna tudo mais disperso, confuso, impalpável, insondável. Sou jogado de um lado pra outro por vontade própria. Não entendo e ninguém me responde.

Numa prece de despedida, o sol que me aninhou outrora se abre por um instante e ilumina meu caminho. Mostra-me a saída imprópria. Aceito com desdém mas resignação a rota de fuga. Nado de volta a praia onde ainda chove. O mar sem emoção, sem expressão treme. Não sei se sente-se aliviado pelo intruso que acaba de deixá-lo. Mas não faz menção de arrastá-lo pra perto novamente. O aprecio de londe agora enquanto se debate em fúria, confusão e medo.

A angústia se foi. Mas ainda chove. Aqui dentro de mim.