quarta-feira, 19 de julho de 2006

Pufff...


E no começo era apenas o silêncio e o vazio...

BANG!!!

E assim teve-se início...

Como uma grande explosão. Sem som, mais como um clarão de luz que nos fascina, nos cega e nos comove. Nos vimos sem nos olharmos. Nos sentimos sem nos tocarmos. Nos conhecemos sem realmente nos conhecermos. Nos encantamos num primeiro gesto não visto, numa primeira palavra não dita. Apeguei-me ao quase nada por acreditar ser quase tudo... Aguardo ainda o abraço mudo. Quem sabe um beijo sem palavras? Nada mais apropriado para algo que vaga no vale da emoção e perturba diariamente a razão.

O primeiro clarão se deu de maneira breve, mas densa. Repleta de quereres e sentimentos. Mas como dito, durou pouco tempo. A oportunidade deve ter passado. A disposição foi breve também. Coloquei-me em segundo plano por ser altruísta e por talvez não achar-me merecedor de um lugar de destaque. Sendo assim, cá estou, não sei em que plano nem em qual categoria. Mas não entre as prioridades. Afinal, tanta coisa a ser resolvida, tanta gente precisando mais (de atenção, carinho, afeto), tanto trabalho, tanto trânsito, tanta correria, tantos tantos que só de disposição não se vive. Bom, discordo muito disso mas como se diz por aqui: "É assim...".

C´est la vie...

Sinto que nosso tempo passou sem nem ter começado. O bonde passou e por pouco não subi... Ele não tinha parado por completo. Agora fico acenando enquanto ele se distancia. Aos poucos pois, parte devagar já que ainda o seguro com minhas palavras para que não se vá por completo. Os sentimentos caminham para outra porto. Talvez mais seguro, mais nobre, mais tranqüilo. As águas não se revoltam mais. Não enquanto os olhares não forem trocados, não enquanto as peles não sentirem o calor uma da outra, não enquanto as bocas não se tocarem, não enquanto a alma e o corpo pedirem por mais e mais. Mas tudo isso deve não passar de uma ilusão que se mancha e se apaga como uma aquarela aguada.


O corpo deixa-se afundar no mar calmo, encolhido para sentir seu próprio calor. O ar abandona quase que totalmente os pulmões para que desça suave para um lugar não melhor. Mas talvez conhecido... E assim parece que o tempo é congelado. E tudo não dito, tudo não feito, tudo não nada resume-se a um quase.

Quase nada quase tudo...



segunda-feira, 10 de julho de 2006

De mãos dadas...

Estou com preguiça de reler todas essas minhas impressões... Então gostaria que você me ajudasse nessa tarefa. Se um dia me tornar repetitivo, coisa que não me parece muito incomum nem impossível pois sei que converso muito com o bonequinho, avise-me com urgência. Não porque este inanimado espectador deixará de ouvir novamente mais uma de minhas hitórias, mas para que novas possam se instalar no lugar das antigas...

Mas o que está se tornando, não freqüente mas comum, é eu caminhar de mãos vazias... Sem nenhuma outra pra segurar. Estendo a mão e só alcanço o vazio. Que como consolo sempre será meu companheiro quer eu queira quer eu não. No máximo ando recebendo um vislumbre de um aceno muito ao longe que me enche de esperanças. Esperanças de assistir R&J de mãos dadas com alguém. De sentir esse calor passando de um corpo a outro. Fiquei com inveja do que vi sim. E não poderia ser de outra maneira. E não vou dizer que é uma inveja boa porque isso não existe. Vi o que vi e fiquei com vontade de ter a mesma coisa. Somente uma mão para se entrelaçar.

Claro que tenho a sorte dela vir acompanhada de todo um corpo com braço, peito, pernas e... E tudo o mais. Mas a mão anda me bastando num primeiro momento. Somente a mão... Esse gesto tão simples e carinhoso torna-se um evento por aqui. Normalmente adiado durante muito tempo... Bom, vou tentar não pronunciar esta palavra novamente porque andamos brigados e já falei demais dele da última vez...

Ando caminhando porém, em silêncio. Não tenho mais vontade de cantar... Ao menos por enquanto. E não vou precisar chorar também pois, sorte a minha (!), está chovendo... Suspiro e aguardo. Não mais ansiosamente, mas triste. Expressão que tem me marcado nesses últimos dias...

Mas quando o sol aparecer voltarei a cantar. O luto não dura pra sempre. E nada como um dia após o outro (menção sutil aquele carinha lá de cima... risos...).

Ao menos tenho a Minerva pra me morder... risos...

E acabo sempre me agarrando a esperança dos tolos. Oxalá ela sobreviva durante muitas e muitas luas... (essa foi legal! risos...). Já não desejo segurar a mão de alguém acho... Só desejo não mais ser tentado e testado. Já é um bom começo para um romântico tolo (todos devem ser não é mesmo?!). Abandono minhas mãos que balançam ao lado do corpo. Quando quero calor coloco-as no bolso da calça... Tem resolvido... ;D

Oxalá isso me baste por muitas e muitas luas mesmo...

quinta-feira, 6 de julho de 2006

O Tempo Mau!

Tempo, tempo, tempo... Escolhi falar dele hoje depois de um tempo fora daqui.

Ultimamente não sei mais defini-lo... Corri pro dicionário pra pedir ajuda. Tá bom, tá bom... Não corri não porque tava com frio e tinha acabado de levantar... risos... Fui andando pegar o dicionário pra ver o que constava nele sobre tal assunto talvez polêmico. Peraí... Deixa eu dar uma olhada...


[...]


Caramba! Muita coisa pra passar pra você aqui. Escolhi a mais legal, claro, e que me chamou mais a atenção.


[Tempo] momento ou ocasião apropriada (ou disponível) pra que uma coisa se realize.


Hummm... Conceito bem interessante e fácil de entender. Por isso ando meio chateado com o senhor tempo! Ele me mimou durante muitos anos e muito tempo. Dando-me tempo ou momentos ou ocasiões apropriadas onde todos que eu desejava, ou a grande maioria, estavam disponíveis para que as coisas se realizassem. Todos ao meu redor que eu amava e amo ainda tinham tempo ou encontravam tempo. Agora todos que estão ao meu redor e tento amar (não os amo ainda por culpa do tempo mesmo e desse lance da ocasião apropriada) não encontram o tempo. Deixei de ser mimado.


Será que serei um adulto mais feliz assim? Um adulto sem os mimos do tempo das pessoas que aprecio, que prezo e que estimo muito? Que lição será essa? Não tô entendendo em bom português brasileiro paulistano! E fico triste pra não dizer p. da vida quando não entendo algo. Choro às vezes... Ontem chorei mas foi só um pouquinho. Praguejei o tempo... Mas talvez ele não seja o único culpado. Talvez seja o contexto onde ele está inserido. A cidade grande não oferece tanto tempo as pessoas. A cidade grande é opressora. A cidade grande é má...


Será??? E o que acontece com aquela frase de Shakespeare (?) que diz que só o homem ocupado tem tempo? A culpa sai das mãos do contexto e passa pras mãos das próprias pessoas que se sujeitam a esse vilão tão mau... Tô bravo com ele agora então pra mim ele é mau sim. Sendo assim, quem tem culpa por eu não ser mais mimado pelas pessoas que amo ou gostaria de amar, mimado temporalmente digamos, são as próprias pessoas que amo e tento amar! Acredito que exista uma justificativa que paira no ar na cidade de São Paulo que responderá sempre a todas minhas indignações e conflitos:


-É assim mesmo!


Dita de forma bem natural, clara e simples. Quase sem emoção... Mas não culpo a todos por terem cedido a esse capricho avassalador da grande metrópole. Queria não ter tempo também. Ser oprimido por ela também. E poder dizer: "Não tenho tempo. É assim mesmo". Dessa maneira eu seria como todos e acharia isso tudo muito normal e natural. E seria mais um na multidão que se rendeu a um tempo que não existe, a um tempo que nunca chega, a um tempo sonhado mas nunca alcançado... Quero não ter tempo também...


Alguém pode me ensinar como, por gentileza? Se me disser que não tem tempo estou perdido mesmo! Enquanto isso não acontece jogo um balde de paciência em cima do tempo aguardando a ocasião apropriada pra muita coisa, aguardando a disponibilidade pra muita coisa, aguardando...


Canto enquanto isso... Como sempre... ;D

Tempo tempo mano velho
Falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo tempo mano velho
Vai, vai, vai...
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final
"Pato Fu Sobre O Tempo"

Só me derrube no final!

P.S.: lembrei de um versinho de alguém famoso que minha avó me diz de vez em quando. Só pra terminar essa postagem mais feliz e poder acreditar que o tempo é meu amigo e senhor da razão como reza minha sorte no Orkut.


"O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu ao tempo que o tempo que o tempo tem é o tempo que o tempo tem." risos...


Acho que é algo assim... Já alegrou o meu dia! :D


Deixo assim um abraço mudo, silencioso... :D Mas muito carinhoso...
Alessandro.